Pétala a pétala se desfaz a flor,
que dia após dia reguei com desvelo,
foram o silêncio, a solidão, a dor,
que a desfiaram como a um novelo!
É tarde, somente seu caule me resta,
firme como a cruz austera que acarreta,
olho o são onde repousa a bela cesta,
de pétalas enfraquecidas repleta
Levanto do chão a cesta colorida,
que em si transporta as mágoas de alguém,
esvazio a cesta da agonia contida,
desfecho com amor tão duro desdém
Surge uma donzela, surge um novo amor,
que as pétalas acolhe em seu regaço,
beija uma a uma com o seu calor,
regando-as com lágrimas num abraço
Junta-as ao caule, com grande harmonia,
surgindo em suas mãos uma outra flor
silvestre, mas radiante de alegria
ao ver-se liberta de um falso amor!...
Fernanda
2 comentários:
Obrigada pela visita!
Lindo poema!
Fez-me lembrar contos da minha infância... Em que havia uma donzela e no fim tudo ficava bem...
Mas assim é a vida; ainda bem que alguém cuida do que ficou ao abandono...
Beijinho!
Sol da meia noite,fico feliz que tenho gostado do meu poema.
Obrigada,
BJS,
Fernanda
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