sábado, maio 31, 2008

POEMA PARA O MEU AMOR

Ao meu amor quero fazer um poema,
Obra sublime, que ninguém possa imitar,
que tenha o doce perfume de alfazema
e que a cor seja o azul de Céu e Mar.

Que a rima seja a mais certa que alguém
alguma vez, já conseguiu escrever,
que a pureza da linguagem, vá além,
do exigido pelos Mestres do Saber.

Que aos poetas possa servir de compêndio,
para estudarem como se faz poesia,
que tenha o lume e o calor dum grande incêndio
e a frescura duma gota de marzia.

Mostrar a força do meu amor infinito,
através de simples palavras minhas,
tudo o que neste poema não for escrito,
Quem souber ler, o lerá nas entrelinhas.

Fernanda,
Lisboa, 31 de Maio de 2008

sábado, maio 24, 2008

AS PARTÍCULAS DE AMOR!...

Curvei-me e levantei os seixos, do leito seco do rio,
que me olhavam com calor mas, estremeciam de frio.

Atirei-os para o longe, para o coração da folhagem,
que engrandecia a areia e coloria a paisagem.

Mas as folhas já pendentes,de uma árvore secular,
acolheram, no seu seio, os seixos que vinham no ar.

Debruçaram-se sobre o leito e deitaram sobre a areia,
os seixos do rio seco, como seios de sereia.

Vendo tão nobre carinho por parte da natureza,
ergui-os nas mãos de mansinho, torneei-os de pureza.

Embalei os seixos tristes e numa caixinha os guardei,
como pedras preciosas, da coroa de algum rei...

Pressenti um núcleo de ouro, tentando deles brotar,
fiz, das partículas de amor, um longo e belo colar.

Senti seu frio queimar, ao toque, meu jovem peito,
com carinho, gratidão e veemente respeito.

Os seixos secos do rio, já não são frios de amor,
são seios de casta sereia, na mente de um sonhador!...

Fernanda,
Lisboa, 24 de maio de 2008

sábado, maio 17, 2008

A DOÇURA DAS CARÍCIAS!...

Sei que um dia virás,
Contigo trazendo as ilusões renascidas,
As matizes suaves das madrugadas,
A quietude do silêncio da noite cálida,
O azul diáfano do voltejar dos pássaros,
O imponderável do que já foi mas não é,
A magia de voltar a ser,
A alegria infinda de poder viver!

Esperar-te-ei, olhando sobre a colina,
Com a carícia envolvente do desejo
E o fogo ardente dos meus olhos,
O tempo não rolará.

E seremos felizes para além dele,
Num abrigo de sombras vagas
Que acolherá os nossos gemidos sentidos
E as nossas emoções delirantes!

Depois, ofertar-me-ei plena de ternura
Para poderes colher com a leveza dos deuses
A doçura das carícias
E os odores da volúpia da noite!

Nascemos com o sol pela manhã,
Nossos sentimentos abençoados,
Sublimes, puros, iluminados!...

Fernanda,
Lisboa,17 de Maio de 2008

sábado, maio 10, 2008

MÚSICA

Música, melodia d'um estado de alma,
ouvida no dorso da mãe natureza,
ao sentir seu suspiro e sua beleza;
É deleite divinal, no âmago da calma!

Inspirada pelas ninfas, dançando na ria,
ela brota dos espíritos mais sagazes;
Dourando a rotina de vidas fugazes,
ao entrelaçar fios dourados de poesia!

A brisa sopra leve, levemente,
a folhagem estremece de prazer,
acanhando desejos de paixão ardente,
com sua carícia de suave envolver!

Como raposa, a lua assalta a janela,
roubando-me a ingenuidade do pensar,
transformando-me num barco à vela,
Que percorre marés-altas, a dormitar!

No vestido de chita da noviça manhã
eu só quero é avançar, impelir-me
para esse sabor molhado de romã,
para o trecho eloquente a seduzir-me!

Música,
musa inspiradora;
Mensagem de paz,
de amor e de esperança;
Deusa reveladora
dos turbilhões vivenciais;
Nota de nostalgia;
Dama do tempo
que invade os corações
e os faz vibrar
ao som do seu ritmo
e da sua comunicação!..

Fernanda,
Lisboa,10 de Maio de 2008