sábado, novembro 24, 2007

POEMA PARA O DEUS SOL

Um dia, olhei para o Céu,,
vi nele um espesso véu,
uma trovoada iminente:
Raios, coriscos, centelhas
Abrem crateras, vermelhas,
em corrupio permanente.

Um raio de sol espreita
por uma abertura estreita.
Entre nuvens carregadas,
pequenas gotas de chuva,
quais lágrimas de viúva,
são por ele violadas.

Passados breves instantes,
do acto entre os dois amantes,
um fenómeno acontece:
Um arco-iris, infinito,
torna o céu mais bonito,
O sol brilha, a terra aquece.

Belo arco-iris, colorido,
por nuvem negra parido,
que um raio de sol fecundou,
gera festival de cores,
filho de estranhos amores
que a tempestade juntou.

O Sol fonte de energia,
tudo mata, tudo cria,
seja em que lugar for,
É Deus da fertilidade,
luz divina, claridade,
com a terra faz amor.

Fernanda

segunda-feira, novembro 12, 2007

A LIBERDADE

Nunca foi a liberdade
nas suas multiplas formas,
a força que tudo invade,
pois ela, em boa verdade,
tem preceitos e tem normas.

Não é força de poder;
Não é acto de heroísmo;
Não é impôr nosso querer;
É os outros compreender
com tolerância e civismo.

A liberdade assumida
é um gesto de coragem,
conduz-nos e é conduzida,
dá vigor e força á vida,
jamais, entra em derrapagem.

Nunca choca, nem colide
com segundas liderdades,
não impõe e não decide,
não coarcta, não agride,
respeita as outras vontades.

Estas normas e preceitos
cumpridos sem coacção,
são garantias, direitos,
obrigações, preconceitos,
que as liberdades nos dão.

Esta riqueza, infinita,
vamos defender
como algo em que se acredita
que o ser humano necessita
como de pão p'ra comer.

Fernanda

sexta-feira, novembro 09, 2007

A PROCLAMAÇÂO DA VIOLETA

Violeta, envergonhada,
Toda de roxo vestida,
entre montrastos perdida,
muitas vezes és pisada,
mesmo assim, ficas calada,
sem um ai ou um queixume
e se não fosse o teu perfume
nem serias detectada.

Não compreendo esse recato,
essa perpétua tristeza,
pois, tu sabes com certeza,
que gente de fino trato,
na lapela do seu fato
davam muito p'ra te usar
e os ares perfumar
p'ra prazer do teu olfacto.

Em lindos versos de amor,
és cantadas por poetas,
mantos de reis e profetas,
também são da tua cor,
portanto, esse teu temor,
não tem justificação,
já que em minha opinião,
tu és a mais bela flor.

Mostra-te sai do canteiro,
verás como toda a gente
fica feliz e contente
e dirá ao jardinheiro:
__" Linda flor e belo cheiro,
que cor rara e delicada,
faz lembrar uma boa fada
que protege um rei guerreiro "!

Os jardins convocarão
assembleias de mil flores,
muitos e bons, oradores
ás tribunas subirão,
dali te proclamarão
de todas as flores rainha
e até a grama daninha
te virá pedir perdão.

Alecrins e rosmaninhos,
urzes, tomilhos dos montes,
giestas e azevinhos
se acercarão dos caminhos
e ao mundo proclamarão
que dada a tua ascensão
não estão tristes nem sózinhos.

Fernanda