quarta-feira, dezembro 24, 2008

JÁ NÂO SEI !...


Fotos tiradas na Ilha do Faial.


Eu quero mais, eu quero muito mais!
Quero encontrar-te sem te procurar!
Quero enfrentar sozinha os vendavais!
Ver gigantes lá no alto mar!

Quero ouvir grasnar rãs nos areais,
Quero ver fadas belas de encantar
Penetrando nos densos roseirais
Com peculiar jeito de amar!

E quero ser p´ra ti a tua vida!
Quero ser gruta e quero ser guarida
Com abrigo perene p'ra aquecer!

E ainda quero mais, mas já não sei
Se te vou encontrar ou encontrei
Se te vou recordar ou esquecer!

Soneto e Fotos;

Fernanda Costa

Lisboa, 25 de Dezembro de 2008


DESEJO A TODOS (AS) OS AMIGOS(AS);
UM FELIZ ANO NOVO... QUE DEUS MENINO;
ESTEJA COM TODOS VÓS...
Fernandinha
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quinta-feira, dezembro 18, 2008

NATAL!...


Fotos da Net

Era uma noite fria e muito escura.
Dormiam as estrelas lá no Céu!
Só uma, reluzente e muito pura
Quis contar um segredo que era seu!

"Acordem, que a noite é de ventura!
Nasceu-nos o Menino Deus plebeu!
Brilharemos de alegria e de ternura
Pois é um Bem de todos, não só meu!"

Todo o Céu se abriu em diamante!
E a lua com um rasto deslumbrante
Anunciava um dia de "Calor"!

O Menino coberto de luar
Prometeu que viria para dar,
Aos Homens, muita Paz e muito Amor!!!

Fernanda Costa

Lisboa, 18 de Dezembro de 2008

Dedico este Soneto a todos (as) Amigos (as),
que me visitaram e visitem durante esta Quadra,
Natalícia... O meu muito obrigada do Coração,
beijinhos de carinho e ternura,
Fernandinha
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domingo, dezembro 14, 2008

ENLEVO!...


Fotos tiradas na Ilha do Pico-Açores


Sempre a fantasiar, sonhar, eu vou...
E para onde, Amor? Inda não sei...
Quimera, fantasia, amor eu sou!
Fresco orvalho, um encanto mago eu dei...

Irei talvez vogar no que passou...
Recordar muitos sonhos que calei!
Viver, sem desdenhar, o que restou,
Votar ao esquecimento o que penei!

Virás comigo ao entardecer
Num sereno e suave enlanguescer
Beber o pôr do sol e o azul do mar?

Vem! Já mergulha o Sol no Oceano!
Suave, ao longe, o toque dum piano
Que nos enleva e faz extasiar!

Soneto & Fotos;

Fernanda Costa

Lisboa, 14 de Dezembro de 2008
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sábado, dezembro 13, 2008

PROCURAVA-TE!...


Fotos da Ilha de S. Miguel-Açores


Já faz tempo que andava a procurar-te
Como abelha sedenta do seu mel
E poder nas alturas abraçar-te
Sentir nas minhas mãos a tua pele...

Em sonhos eu te via em toda a parte
Num delírio, por vezes bem cruel...
Em vaga de saudade que reparte
Uma vida com travo sempre a fel!

Mas eu vi-te e sorriste para mim
Com mágicos reflexos de jardim
Cheinhos de orvalho, como outrora...

Eu sei que nos cruzamos com cegueira,
Avivamos as cinzas da fogueira,
Revivemos, os dois, paixões de aurora!...

Soneto & Fotos;

Fernanda Costa

Lisboa, 13 de Dezembro de 2008
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segunda-feira, dezembro 08, 2008

ONDE?!...


Fotos da Ilha de S. Miguel-Açores


Se vira, perguntei hoje ao mar,
Um pagem muito terno e enlevado
A tentar descobir, a procurar
Alguém que noutros tempos tinha amado!

O mar emudeceu, não quis falar...
Anelante, mas muito agitado
Sussurrou-me baixinho, a faiscar,
Que afastasse a ideia do pecado...

Onde está ele, o príncipe encantado?
Nas tuas altas vagas torturado
Ou nas nossas colinas da saudade?

Deixa-o chegar às margens do areal!
Seremos harmonia musical,
Com este pó de oiro em fim de tarde!

Soneto & Fotos;

Fernanda Costa

Lisboa, 9 de Dezembro de 2008
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domingo, dezembro 07, 2008

À POETISA FLORBELA ESPANCA!...



O dia 8 de Dezembro é o dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal a partir da data em que os reis portugueses deixaram de usar coroa para a oferecer à imagem da mãe de Jesus que está em Vila Viçosa, mesmo ao lado do Palácio Real.

E, curiosamente, Florbela Espanca nasceu a 8 de Dezembro de 1894, casou a 8 de Dezembro de 1913, suicidou-se a 8 de Dezembro de 1930, foi baptizada na Igreja de Nª Sª da Conceição, aos 8 anos adoptou o nome "da Conceição". e lecionou no Colégio de NªSª da Conceição, em Évora. O dia 8 de Dezembro era ainda o dia da Mãe, da mãe que Florbela não conheceu bem e que não foi a sua educadora «não me recordo nem da cor dos seus cabelos», e da mãe que Florbela nunca conseguiu ser...

Farta dos ingredientes da sua má sorte, cansada de ter nascido numa época que não era a sua, optou pelo suicídio consciente e premeditado:
«Há quem suba a descer. Há almas privilegiadas e únicas que nada têm a ver com a lógica absurda das leis humanas (... ) À gargalhada insultante deste mundo responde a infinita serenidade do que fica para além e que os olhos míopes não vêem (... ) O que lhes foi preciso de coragem desdenhosa, de altiva serenidade, de profundíssimo desprezo, às almas que partiram por querer!».

Na última noite da sua vida, escreveu o extraordinário Soneto "À Morte"

À MORTE

Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
e como raiz, sereno e forte.

Não há mal que não sare ou não conforte
tua mão que nos guia passo a passo,
em ti, dentro de ti, no teu regaço
não há triste destino nem má sorte.

Dona Morte dos dedos de veludo,
fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!

Vim da Moirama, sou filha de rei,
má fada me encantou e aqui fiquei
à tua espera,... quebra-me o encanto!

Florbela Espanca


Rui Gudes, escreveu em Janeiro de 2000;

Ao cabo de muitos anos de estudo sobre a vida e a obra de Florbela Espanca, não consigo descrever a poetisa alentejana melhor do que ela própria o fez: (...) «Uma corajosa rapariga, sempre sincera consigo mesma. (...) Honesta sem preconceitos, amorosa sem luxúria, casta sem formalidades, recta sem princípios, e sempre viva, a palpitar de seiva quente como as flores selvagens da tua bárbara charneca!»



Florbela Espanca, sempre me influênciou, quando ainda adolescente e comecei a escrever... Este

Soneto, escrevi-o á momentos !... Aqui deixo o meu contributo á sua memória!..

FLORBELA!...

Olhos pretos, risonhos, tansparentes
pequenina serena e donairosa
sorriso meigo de sonhos dormentes,
Mar agitado, mas sempre amorosa.

Abrigo oculto de muita ternura
fortaleza d'alma, flor perfumada
dom d'iluminar uma noite escura
não te esquecerei, serás recordada.

Oh! flores silvestres, estrelas do céu!
Oh! mar profundo, deslumbrante e puro!
Recordai a Florbela no seu mausuléu!

Não se despediu. Já galgou o muro.
Destino cruel, traiçoeiro e duro
Ficou a saudade envolta em véu!

Fernanda Costa

(inédito) 7-12-2008 - 1,30 da madrugada
Costa da Caparica

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