domingo, março 25, 2007

Marina da Horta
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Miradouro da Espalamaca


Foi no miradouro da Espalamaca, promontório protector da baía, onde admirei a beleza dos moinhos de vento bem conservados, vestígios da importância
que gozavam no quotidiano dos tempos em que me criei; dali contemplei apaixonadamente mar e céu confundidos numa simbiose de cor e paz, com o Pico em toda a sua majestade a completar a beleza paisagística dumas das vistas mais fotografadas de todo o arquipélago dos Açores.
A Horta espraiava-se enternecida aos pés do majestoso monumento da
Imaculada Conceição, assente num supedâneo de basalto e ladeada por uma cruz
De cimento, que se eleva a grande altura. Vista do alto da Espalamaca, destaca-se a
Marina repleta de iates vindos de toda a parte do mundo e a cidade, que se ajeita
á volta da baía, elevando-se num anfiteatro colorido como que a exibir-se perante o
Pico, seu eterno namorado.
E aquele mar…sempre aquele mar, a unir e a separar as duas ilhas, numa quimera interminável. Do lado oposto de cidade, o Monte Queimado e o Monte da Guia, completam o abraço que enlança a cidade protegendo-a das investidas dos vendavais,
que no Inverno assolam as ilhas. Do outro lado da Espalamaca espraia-se a Praia do
Almoxarife, presépio de casario colorido, que a dois passos da cosmo politica Horta
Oferece, num ambiente rural o lazer da praia onde se respira a brisa campestre, salpicada de elixir refrescante do mar, numa mistura saudável e regeneradora.

Fernanda
Cidade da Horta-Vista da Espalamaca
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Retorno

Retorno ao ponto de origem, visito os caminhos por onde pisei,
Recordo a menina travessa, a querer ultrapassar os limites e a deixar que a vida
Tome o seu corpo e alma. A memória guarda os pedaços da minha história e em cada recanto, encontro-me.
Os olhos vagueiam e sentem a natureza gritando a sua força. Recordo
As minhas idades, 9, 10, 11 anos, caminho sem pressa, afasto as pedras, como flores, falo com elas…são faladoras: contam-me as suas cores, do cheiro, da beleza e dos seus amores.
A memória lembra e não quero seu fenecimento. O rosto de hoje mudou,
Sou outra e sou a mesma.
O sol a declinar e a menina ali a observar o crepúsculo a se esvair aos poucos, despedindo-se sem traumas, num adeus sereno, sem deixar lágrimas, na doce previsão do seu retornar.
A menina e eu na mais incondicional cumplicidade.


Fernanda

quarta-feira, março 21, 2007

Capela no Monte da Guia-Faial -Açores
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Império do Divino Espírito Santo-Praça dos Cedros
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Jardim da Igreja dos Cedros
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Igreja dos Cedros
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Fonte na freguesia dos Cedros-Faial-Açores
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O Vulcão dos Capelinhos


O Vulcão dos Capelinhos, que em 1957 alterou para sempre o destino de tantos Açorianos, continua sendo ama atracção para turistas de todo o mundo. Assim todo o Faialense emigrado de visita à Ilha regra geral, visita o Vulcão na primeira semana.
Não fiz excepção. Logo no segundo dia fui ao Capelo. Algumas casas ainda em ruínas e sem tecto de paredes carcomidas pelas intempéries, reflectem a desolação e a tristeza dos habitantes que à mais de quatro décadas, foram obrigadas a abandonar os seus lares.
Já se vêem algumas verduras em áreas que ao tempo ficaram totalmente soterradas pela cinza negra do vulcão.
O capelo era a minha freguesia predilecta. Ao “ canto “ antes de chegar á estrada que dava para o Porto Comprido onde os baleeiros Picoenses passavam a época da baleação.Desde 1957 ocupada por areias negras onde apenas se via o velho Farol lá em baixo permanecia erecto, frente ao que era então o Porto Comprido, como um monumento a lembrar-nos da sua época áurea, pré-vulcão. Lá estava de paredes enegrecidas desafiando o tempo, património dum passado feliz que o vulcão soterrou.
Continuei o meu trajecto à volta da ilha, e o aspecto desolador de algumas áreas deixou-me deveras entristecida. Casas e igrejas arruinadas, muros tornados maroiços de pedra, vestígios evidentes dos danos causados pelo sismo de 1998. Marcas óbvias e impressionantes do sofrimento daquelas gentes que na lava quente, moldam a arte da resignação e a coragem de procurarem no destino conforto para as frequentes tragédias a que estão sujeitos, pela sua condição de Ilhéus.
No regresso ao Hotel, passei na Praia do Norte, num café onde tomei um “ galão “ com uns bolos saborosíssimos feitos pela dona do estabelecimento. Continuei o meu caminho e ao chegar aos Cedros notei a beleza e o número de casas modernas recentemente reconstruídas e que contrastam com tantas outras que hoje não passam de ruínas, recordações dolorosas da intensidade dos tremores sofridos durante os últimos anos. Fiquei deveras contente quando paro o carro no centro da Praça dos Cedros e vejo o belíssimo Império do Divino Espírito Santo pintado de fresco para as festas já próximas. Lá no centro continua o velhinho Chafariz onde em pequena me sentava pelas festas. Linda também estava a Igreja já restaurada do incêndio de 1971.
Trinta anos de ausência, foi muito tempo. Senti-me como uma turista que visitava a Ilha pela primeira vez e sem notar deixei-me invadir por um sentimento nostálgico, completamente diferente daquilo que eu esperava sentir ao visitar a minha terra natal. Prometi então a mim própria que se Deus me desse vida, jamais ficaria ausente por tanto tempo.
Ao chegar à Cidade da Horta e ao passar pela marina senti uma lágrima rebelde me toldava a vista e,
Assim me despedi
Do cantinho onde nasci,
E lá resolvi deixar
Sementes a germinar.

Ali, eu hei-de colher
Os frutos daquele mar
E hei-de ir ao Pátio
Para ver as toninhas a bailar.


Fernanda

terça-feira, março 06, 2007

VONTADES

Acordei feliz, fui ao encontro do mar e um oceano de liberdade, mesmo vestida, mergulhei na água transparente de um mar azul. A espuma branquinha, acariciava a minha pele.
Gosto do mar, ele escuta-me, conto-lhe os meus segredos, falo de um amor azul, de um sonho azul, e ele também me diz muito…faz-me crer, que urge encontrar-me comigo mesma, convida-me a conhecer-me melhor.
Hoje grito a liberdade das portas abertas, a liberdade do vento e deixo-me molhar pela água e pelo sol da vida.
E vou…e quero…quero com optimismo dos que querem perseguir os rumos escolhidos.
Hum!!!
Vontade de correr,
Vontade de sentir,
Vontade de viver
E viverei
Hum!!!
Cheiro de maresia,
Da cor azul,
Do amor azul
Hum…



Fernanda
A CALDEIRA


Atravessando o vale dos Flamengos, região de courelas onde o verde das pastagens contrasta com o azul exuberante das hortênsias que dividem currais e pedaços de terra, numa tela geométrica, graciosamente ornada pela natureza.
Da freguesia dos Flamengos segui pela estrada que nos leva ao ponto mais alto da Ilha, a Cratera da Caldeira.
As bermas ladeadas de hortênsias de tonalidades dum azul etéreo e deslumbrante, acompanhava-me da Ermida de S. João até à borda da Caldeira. Aqui e ali, madeixas de junquilhos de cor amarela berrante pareciam querer seguir-me naquele passeio de sonho e cor. Lá no alto atravessei o pequeno túnel húmido que leva ao lado interior da borda da Caldeira, donde se avistam as vertentes a prumo e o fundo da cratera onde, outrora existia uma lagoa pantanosa, abundante de rãs e coloridos peixes de água doce, tão procurados pelos jovens no dia de S. João, tal como eu visitei em menina muitas vezes.
Prosseguindo por estradas de mato que me eram ainda conhecidas encontrei como outrora campos rodeados de pastagens circundadas por mananciais de hortênsias, num conjunto de pujança e beleza. Ao longe, desenhavam-se silhuetas de gado bovino, único sinal de vida daquelas paragens.

Fernanda

segunda-feira, março 05, 2007

Imformação da Caldeira
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Hortênsias lá no cimo da Caldeira
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Túnel húmido que leva ao lado interior da Caldeira
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Junquilhos a caminho da Caldeira
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Estrada a caminho da Caldeira-Faial
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Ermida de S. João-Faial Açores
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domingo, março 04, 2007

Nossa Senhora da Conceicão-Espalamaca
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