terça-feira, março 06, 2007

A CALDEIRA


Atravessando o vale dos Flamengos, região de courelas onde o verde das pastagens contrasta com o azul exuberante das hortênsias que dividem currais e pedaços de terra, numa tela geométrica, graciosamente ornada pela natureza.
Da freguesia dos Flamengos segui pela estrada que nos leva ao ponto mais alto da Ilha, a Cratera da Caldeira.
As bermas ladeadas de hortênsias de tonalidades dum azul etéreo e deslumbrante, acompanhava-me da Ermida de S. João até à borda da Caldeira. Aqui e ali, madeixas de junquilhos de cor amarela berrante pareciam querer seguir-me naquele passeio de sonho e cor. Lá no alto atravessei o pequeno túnel húmido que leva ao lado interior da borda da Caldeira, donde se avistam as vertentes a prumo e o fundo da cratera onde, outrora existia uma lagoa pantanosa, abundante de rãs e coloridos peixes de água doce, tão procurados pelos jovens no dia de S. João, tal como eu visitei em menina muitas vezes.
Prosseguindo por estradas de mato que me eram ainda conhecidas encontrei como outrora campos rodeados de pastagens circundadas por mananciais de hortênsias, num conjunto de pujança e beleza. Ao longe, desenhavam-se silhuetas de gado bovino, único sinal de vida daquelas paragens.

Fernanda

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