segunda-feira, janeiro 22, 2007

MOINHO DA LOMBA

Da Lomba, lembro o moinho
Que remói meu coração,
Vejo as velas, pergaminho
A desfraldar com carinho
Histórias do meu torrão.

Suas pedras ainda erguidas
Na Espalamaca altaneira
Lembram histórias esquecidas
De muitas gentes partidas
P’ra tanta terra estrangeira.

Vejo-o soprar a tristeza
E reviver a saudade,
Que a mó vai esmagando
E vai no vento soprando
O tempo da mocidade.

E nessa ilha singela
Onde a vida não perdoa,
Do peitoril da janela
Vê passar em sua vela
O dia a dia que voa.

Que suas varas partidas
E suas velas rasgadas
Sejam do tempo as ermidas
De tantas obras perdidas
Nessas terras isoladas.


Fernanda,

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